MAIS ATUAL IMPOSSÍVEL...
Depois da Lei de Gerson, agora temos a Emenda do Sarney - Sanctum Sacrificium !
E nesta manhã chuvosa, durante o programa da CBN, o tal Marcos Soares, promotor do evento da Skol, soltou a frase que ilustra maravilhosamente bem a dita emenda: " Esses gatos pingados que não querem o show do Ben Harper no Campeche, estão pensando só em seu próprio umbigo. Nós, da Skol, é que estamos pensando no bem da população de Florianópolis" ( ??!!!!)
Leia a Abobrinha Ekoxata 01-11 e entenda que é a Emenda do Sarney!!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
‘S A C R I F Í C I O’ é meu ofício.
Foi a palavra abusada, de tão usada, pelo nobre Senador José Sarney, ao discursar na tribuna do Senado quando de sua posse como presidente daquela ilibada casa legislativa. Pela quarta vez, feito único, que com meros 55 anos de casa, superou Rui Barbosa. Pode?
Como muito(a)s já sabem, ou desconfiam, eu defendo de longa data a simples extinção do Senado Federal, na perspectiva de um Congresso Unicameral, por diversos motivos. Fiz coro com nosso Plínio (este sim, sacrificou-se na função de candidato presidencial do PSOL) nas eleições do ano passado, quando fui candidato à Deputado Federal pelo PSOL-SC, e tive a nítida sensação de que só a polêmica que a proposta gerou já lhe garantiu o mérito de informar e politizar um pouco o(a)s brasileiro(a)s sobre o que considero um verdadeiro “rebotalho da monarquia”, excrescência institucional num Brasil de hoje clama por acabar com as mordomias e penduricalhos legislativos, assim como em todas as esferas do Estado, ente colonizado por gangues e despachantes de empresas.
O Senado é o “colchão de molas” institucional perfeito para arrefecer as demandas que provindas da Câmara, se apresentam intoleráveis ao poder da elite dominante brasileira e consolida na opinião pública a visão de que existe efetiva democracia no país. De fato, o que existe é um circo de faz de conta democrático, com representações deformadas e todo tipo de anomalias que, ao longo de décadas, se consolidaram na “inevitabilidade” dos fatos consumados, para não dizer “direitos adquiridos”. Eleger-se Deputado ou Senador no Brasil é ganhar na loteria, é mudar de vida rumo ao enriquecimento rápido.
“O senador José Sarney (PMDB-AP) foi reeleito ontem com apoio de 70 dos 81 integrantes da Casa para sua quarta gestão na presidência do Senado. No discurso de posse, repetiu que marcha mais uma vez para o "sacrifício pessoal". Sarney venceu o único adversário na disputa, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), escolhido por oito parlamentares. Um senador optou por anular o voto e dois votaram em branco.” Jornal O Estado de São Paulo, 02.02.11 (vive sob censura há 550 dias)
Como o PSOL não tem uma posição oficial sobre a questão do bicameralismo ou unicameralismo do legislativo federal, é próprio do funcionamento de um partido democrático, haver defesa de propostas que nem sempre estão na ordem do dia, para que chegue o momento em que seja decidido sobre o assunto. E este, creio eu, chegará, mais cedo ou mais tarde. O que eu gostaria de ver com o mandato de um Senador psolista é um ferrenho e obstinado combate às patifarias reiteradamente denunciadas nos últimos anos no Senado, algumas das quais, senão em sua totalidade, são usufruídas pelos próprios Senadores que às denunciam, sob o argumento de que “há regras e, portanto, temos que cumpri-las”. Assim, dúzias de cargos de confiança, jatinho pra cá, jatinho pra lá, décimo quarto, décimo quinto, e assim por diante. Fosse eu algum dia, por circunstâncias inusitadas e imprevistas, um Senador, no primeiro dia do mandato proporia a revogação de TODOS os penduricalhos, leia-se mordomias, que hoje existem para consumar um circo que custa R$4bi por ano ao país. De sobremesa, uma PEC (proposta de emenda constitucional) para acabar de vez com o Senado. E, por coerência, lutaria para vê-la aprovada, embora sabedor que isto seria muito difícil. Você paga tudo isso achando que seis mil pessoas (sim, 6 mil) estão “trabalhando” para consolidar a democracia e legislando coisas “tão exclusivas” que ninguém mais, além deles, poderia legislar sobre elas. Aponte alguma coisa que o Senado faz que a Câmara dos Deputados não possa fazer ?????
Sábio conselho de um sábio petista.
Certo dia, quando estava exercendo meu mandato de vereador em Porto Alegre, um importante dirigente petista me “informou” que “política não é profissão” (para meu espanto, kkk..) e que eu deveria pensar “em algo” depois de findo o meu mandato, tão passageiro e fugaz. Isso me calhou fundo e sempre me lembro desse paternal “conselho” ao constatar que eu terminei meu mandato, segui por vários caminhos profissionais na iniciativa privada desde então, e o sábio e ilibado petista que me sugeriu esta afável “máxima” permanece até hoje como profissional da política mamando em algum escaninho estatal gaúcho. Faça o que eu digo, mas não faça o que faço. Seria o caso do laureado Sarney? Não, certamente, não seria. Ele dirá: Faça o que eu digo e faça como eu faço, aí você logo chega lá. E prova isso anunciando mais um “sacrifício pessoal” em sua vida, nada diferente de como pensam e agem tantos outros milhares de “políticos profissionais”, sem os quais, afinal, o Brasil poderia vir a ser, quem sabe, um enorme país de merda.
O sacrifício do Sarney é um deboche, um tapa na cara de todas as pessoas que voluntariamente militam em torno das boas causas sociais, que doam suas vidas (as incontáveis horas de sacrifício) na organização, na feitura das ações, dos eventos, nas discussões....miríade de tantas coisas aqui impossíveis de ser retratadas na sua totalidade e multiplicidade. Como comparar o meu sacrifício com o sacrifício do Sarney, ao constatar que milito em causas eco-sociais há 37 anos, meros 37 anos, sempre de forma voluntária, exceção feita ao lapso de quatro aninhos do mandato de vereador em Porto Alegre ????
O que dirá você? Na próxima eleição valorize mais o seu próprio sacrifício em prol das causas pelas quais você milita e o compare àqueles que apregoam um sacrifício qualquer como sendo uma espécie de “ônus da política profissional”. Recomendação de um humilde militante psolista. “Nesse país”, parece que fazer “política” não é coisa para amadores, é coisa para “profissionais”. Eu, “amador”, faço POLÍTICA.
Eco-amplexos convexos, alemão Gert
“In periculum mora”:
TAMBÉM QUERO PASSAPORTE DIPLOMÁTICO JÁ PRA NÃO FICAR EM FILA DE AEROPORTO !!!
In “fumus boni juris”:
QUERO PENSÃO VITALÍCIA JÁ PRA MIM, MEUS PARENTES DE PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO GRAUS, TODAS “EX” E AS ATUAIS TAMBÉM, EMPREGADO(A)S, MOTORISTAS, NORAS, GENROS... E O CACHORRO !!!
sábado, 29 de janeiro de 2011
ECO-POLÍTICA DA PESADA

Alerta que vem da lama
Biogeógrafo americano Jared Diamond afirma que estamos sob risco de suicídio ecológico, mas há saída
Ivan Marsiglia e Carolina Rossetti - O Estado de S.Paulo – 22.01.11
Rubbish! É a resposta - em bom inglês - do biogeógrafo americano Jared Diamond para a pergunta sacada com frequência pelos "céticos do clima" no afã de congelar o debate ambiental: o aumento da temperatura do planeta, ao qual se atribui a intensificação dos ciclos de calor e frio testemunhada hoje por toda a parte, pode ser o resultado de um ciclo natural da Terra? Rubbish - lixo, besteira. "A ideia de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje são naturais é tão ridícula quanto a que nega a evolução das espécies", fustiga o autor de Colapso (Record, 2005), um tratado multidisciplinar de 685 páginas na edição brasileira que analisa as razões pelas quais grandes civilizações do passado entraram em crise e virtualmente desapareceram. E a questão assustadora que emerge de seu olhar sobre as ruínas maias, as estátuas desoladoras da Ilha de Páscoa ou os templos abandonados de Angkor Wat, no Camboja, é: será que o mesmo pode acontecer conosco?
A resposta de Diamond, infelizmente, é sim. Ganhador do Prêmio Pulitzer por sua obra anterior, Armas, Germes e Aço (Record, 1997), em que focaliza as guerras, epidemias e conflitos que dizimaram sociedades nativas das Américas, Austrália e África, o cientista americano há anos nos adverte sobre os cinco pontos que determinaram a extinção de civilizações inteiras. O primeiro, é a destruição de recursos naturais. O segundo, mudanças bruscas no clima. O terceiro, a relação com civilizações vizinhas amigas. O quarto, contatos com civilizações vizinhas hostis. E, o quinto, fatores políticos, econômicos e culturais que impedem as sociedades de resolver seus problemas ambientais. Salta aos olhos em sua obra, portanto, a centralidade que tem a ecologia na sobrevivência dos povos.
Foi na semana subsequente à pior catástrofe natural da história do País, na região serrana do Rio de Janeiro - a mesma em que um arrepiante tornado surgiu nos céus de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense -, que Jared Diamond falou por telefone ao Aliás. Às vésperas do lançamento no Brasil de um de seus primeiros livros, O Terceiro Chimpanzé (1992), o professor de fisiologia e geografia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, fala das providências cruciais que o ser humano deverá tomar nos próximos anos para garantir sua existência futura. Diz que as elites políticas, seja nos EUA, na Europa, nos países pobres e nos emergentes, tendem a tomar decisões pautadas pelo retorno em curto prazo - até um ponto em que pode não haver mais retorno. Avalia que o Brasil dos combustíveis verdes tem sido "uma inspiração para o mundo", mas também um "mau exemplo" na preservação de suas florestas tropicais. E fala da corrida travada hoje, cabeça a cabeça, entre "o cavalo das boas políticas e aquele das más", que vai determinar o colapso ou a redenção das nossas próximas gerações.
O Brasil enfrentou tempestades de verão que mataram mais de 700 pessoas. Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres da ONU, disse que o tamanho da tragédia é indesculpável, pois o País tem apenas um desastre natural para gerenciar. Como evitá-lo no futuro?
Precisamos estar preparados para um número cada vez maior de tragédias humanas relacionadas a mudanças climáticas. O clima se tornará mais variável. O úmido será mais úmido e o seco, mais seco. A Austrália, por exemplo, acaba de sair da maior seca de sua história recente e agora enfrenta o período mais úmido já registrado no país. Em Los Angeles, onde moro, recentemente tivemos o dia mais quente da história e, há algum tempo, o ano mais chuvoso e também o mais seco que a cidade já viu.
Em seus escritos, o sr. aponta a Austrália como um país com estilo de vida antagônico às suas condições naturais. Mas, em comparação com o Brasil, os australianos se saíram melhor: enfrentaram a pior enchente em 35 anos, mas contabilizaram apenas 30 mortos. Como explicar isso?
É verdade que o modo de vida dos australianos não está em harmonia com suas condições naturais. Mas o estilo de vida dos americanos e dos brasileiros tampouco. O modo de vida do mundo não está em harmonia com as condições naturais deste próprio mundo. No caso da Austrália, o país fica no continente que tem o meio ambiente mais frágil, o clima mais variável e o solo menos produtivo. Mas a Austrália é um país rico e dispõe de mais dinheiro que o Brasil para criar uma infraestrutura que gerencie tais problemas. Em Los Angeles, onde as enchentes são recorrentes, não resta um rio em seu leito natural: todos receberam canais de concreto para reduzir o risco de enchentes. A minha casa fica literalmente em cima de um córrego coberto por uma estrutura de concreto. Nos 34 anos em que vivi nessa casa, apenas duas vezes a água invadiu o porão.
Em Colapso, o sr. lista cinco razões que explicam o declínio das sociedades. Elas continuam as mesmas?
Sim. Os cinco fatores que levo em consideração ao tentar entender por que uma sociedade é mais ou menos propícia a entrar em colapso são, em primeiro lugar, o impacto do homem sobre o meio ambiente. Ou seja, pessoas precisam de recursos naturais para sobreviver, como peixe, madeira, água, e podem, mesmo que não intencionalmente, manejá-los erradamente. O resultado pode ser um suicídio ecológico. O segundo fator que levo em conta é a mudança no clima local. Atualmente, essa mudança é global, e resultado principalmente da queima de combustíveis fósseis. O terceiro fator são os inimigos que podem enfraquecer ou conquistar um país. O quarto são as aliados. A maioria dos países hoje depende de parceiros comerciais para a importação de recursos essenciais. Quando nossos aliados enfrentam problemas e não são mais capazes de fornecer recursos, isso nos enfraquece. Em 1973, a crise do petróleo afetou a economia americana, que dependia da importação do Oriente Médio de metade dos combustíveis que consumia. O último fator recai sobre a capacidade das instituições políticas e econômicas de perceber quando o país está passando por problemas, entender suas causas e criar meios para resolvê-los.
O colapso da sociedade como hoje a conhecemos é evitável ou apenas prorrogável?
É completamente evitável. Se ocorrer, será porque nós, humanos, o causamos. Não há segredo sobre quais são os problemas: a queima exagerada de combustíveis fósseis, a superexploração dos pesqueiros no mundo, a destruição das florestas, a exploração demasiada das reservas de água e o despejo de produtos tóxicos. Sabemos como proceder para resolver essas coisas. O que falta é vontade política.
O Brasil tem feito sua parte?
Nunca estive no Brasil, portanto não posso falar a partir de uma experiência de primeira mão. Mas pelo que entendo, vocês adotaram uma solução imaginativa para a questão energética, com a produção de etanol. O Brasil é uma inspiração para o resto do mundo em relação aos carros flex. Por outro lado, mesmo que o País esteja consciente dos riscos de se desmatar a maior floresta tropical do mundo, muito ainda precisa ser feito. A Amazônia é muito importante para os brasileiros, pois ela regula o clima do país. Se a destruírem, o Brasil inteiro sofrerá com as secas.
De que maneira as elites tomadoras de decisão podem encabeçar a solução dos problemas ou ser responsáveis por conduzir sociedades à autodestruição?
Uma elite que foi competente em solucionar problemas é a composta por políticos dos Países Baixos, que têm grandes dificuldades com o manejo de água, já que um terço da área desses países está abaixo do nível do mar. A Holanda investiu uma quantidade enorme de dinheiro no controle de enchentes. Uma coisa que motivou os políticos holandeses é que muitos deles vivem em casas que estão sob o nível do mar. Eles sabem que se não resolverem a coisa vão se afogar com os demais. Outra elite razoavelmente bem-sucedida é a realeza do Butão, nos Himalaias. O rei butanês disse ao seu povo que o país precisa se tornar uma democracia quer queira, quer não. Ele também anunciou que a meta do país não é aumentar o PIB, mas elevar o índice que mede a felicidade nacional. Isso é verdadeiramente uma meta maravilhosa. Nos EUA, temos políticos poderosos com uma visão curta e destrutiva. Acho que contamos com um bom presidente, mas temos uma oposição cujos objetivos no presente momento se resumem a ganhar a próxima eleição presidencial e, repetidamente, tem negado a existência da mudança climática e do aquecimento global.
De que forma o declínio de sociedades antigas pode nos servir de lição?
Algumas sociedades do passado cometeram erros decisivos, outras agiram com sabedoria e tiveram longos períodos de estabilidade. Um vizinho de vocês, o Paraguai, é um exemplo de país que cometeu um erro crucial, há 120 anos: lutar simultaneamente contra Brasil, Argentina e Uruguai. Isso resultou na morte de 80% dos homens e um terço da população. Tomando como exemplo o Paraguai, precisamos aprender a adotar metas realistas. Podemos aprender também com os países que manejam bem seus recursos, como a Suécia e a Noruega, ou tomar como mau exemplo a Somália - que desmatou suas florestas e hoje sofre com a seca. Em defesa da Somália, podemos argumentar que o país não conta com um grande número de ecologistas capacitados, ao contrário de Brasil e EUA.
O sr. estudou a ascensão e queda de sociedades no passado, mas o que se discute agora é o futuro da própria humanidade. Sua teoria é capaz de explicar os desafios do mundo globalizado?
Sim. É verdade que esta é a primeira vez na história que enfrentamos o risco de o mundo inteiro entrar em colapso. No passado, o colapso do Paraguai, por exemplo, não teve nenhum efeito na economia da Índia ou da Indonésia. Hoje, até mesmo quando um país remoto, como a Somália ou o Afeganistão, entra em colapso isso repercute ao redor do mundo. Mas, por analogia, é possível tirar conclusões semelhantes.
O geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001) enfatizou aspectos socioculturais para explicar os dilemas da sociedade, enquanto seu trabalho é considerado por alguns como geodeterminista. Aspectos culturais não teriam mais influência sobre o futuro das sociedades que os naturais?
Com frequência as pessoas me perguntam se isso ou aquilo é mais importante para explicar o declínio das sociedades. Questões como essas são ruins. É o mesmo, por exemplo, que perguntar sobre as causas que levaram ao fracasso de um casamento. O que é mais importante para manter um casamento feliz? Concordar sobre sexo ou dinheiro, ou crianças, ou religião, ou sogros? Para se ter um casamento feliz é preciso estar de acordo a respeito de sexo e crianças e dinheiro e religião e sogros. O mesmo se dá no entendimento do colapso de sociedades. Fatores culturais são importantes, mas diferenças ambientais não podem ser ignoradas. Por exemplo, as regiões Sul e o Sudeste do Brasil são mais ricas que a Norte. Isso é por causa do meio ambiente, não porque as pessoas no norte sejam burras e as do sul mais inteligentes ou cultas. A explicação é que o norte do país é mais tropical e áreas tropicais tendem a ser mais pobres porque têm menos solos férteis e mais doenças. O mesmo é verdade nos EUA, onde até 50 anos atrás o sul foi sempre mais pobre que o norte. Ao redor do mundo, esse padrão é repetido: países tropicais tendem a ser mais pobres que os de zonas temperadas.
Que sociedades estão em colapso hoje?
Todas as sociedades do mundo estão em risco de colapso. Se a economia mundial colapsar isso afetará todos os países. Nós vimos o que houve dois anos atrás, quando o mercado financeiro americano quebrou, afetando todas as bolsas do mundo. Então, embora todos os países estejam em risco de colapso, alguns estão mais próximos dele do que outros - por uma maior fragilidade ambiental, porque são menos maduros política ou ecologicamente ou por qualquer outro motivo. Por exemplo, o Haiti, que retornou agora às manchetes com a volta do ditador Baby Doc, viu seu governo virtualmente colapsar e continua em grande dificuldade. O México enfrenta dificuldades gravíssimas relacionadas a problemas ecológicos, com a aridez de suas terras, e políticos, com a onda de assassinatos ligada ao tráfico de drogas. Paquistão é um exemplo óbvio, Argélia, Tunísia, que também estão no noticiário... Do outro lado, dos países com menos risco de colapso estão a Nova Zelândia, o Butão e, na América Latina, a Costa Rica. Chile também vai bem. E o Brasil tem melhores perspectivas que vizinhos como a Bolívia, claro.
Países podem se recuperar do colapso?
O colapso normalmente não é definitivo. Houve colapsos no passado que foram sucedidos por retomadas. O Império Romano caiu e, apesar disso, a Itália é hoje um país de Primeiro Mundo.
A Europa, onde o debate a as leis de proteção ambiental mais avançaram, também entrou em crise. Quando isso ocorre, há risco de retrocesso nas políticas ambientais?
É possível. Muita gente sustenta que, quando a economia está fraca, não se consegue investir como se deve no meio ambiente. O colapso econômico de fato põe em risco os avanços em sustentabilidade. Só que os problemas ambientais só são fáceis de resolver nos estágios iniciais. Nesse ponto custam menos, mas se aguardamos 20 ou 30 anos, eles se tornarão muito caros ou impossíveis de solucionar.
Nos EUA, quando o presidente Obama condicionou empréstimos às montadoras americanas ao investimento em carros mais baratos e menos poluentes, a crise não ajudou?
Tanto as crises econômicas podem ter bons efeitos para a política ambiental como fazê-la retroceder. Nos EUA, antes do crash financeiro, estava muito em moda o Hummer, um jipe de 3 toneladas, versão civil de um veículo militar utilizado no Iraque. Era caríssimo e gastava horrores em combustível. Aparentemente, suas vendas despencaram e isso é um efeito positivo da crise econômica. Ainda assim, há americanos ignorantes que ainda insistem em dizer que, uma vez que estamos em crise, podemos deixar a agenda ecológica de lado.
Há modelos econômicos melhores e piores no que diz respeito aos danos ecológicos?
No momento em que falamos, tenho que dizer que o modelo econômico americano não parece ser o mais adequado. Por outro lado, somos uma democracia, com maus políticos, mas também bons - que denunciam os problemas que põem em risco o futuro. Numa ditadura comunista, por exemplo, isso seria impossível. Gosto do sistema capitalista porque ele pressupõe competição, inclusive de ideias. Mas aprecio também o papel do Estado em interferir no capitalismo, evitando os monopólios e enfrentando grupos cujos interesses vão de encontro aos da maioria da população. Em comparação, eu diria que o modelo europeu de capitalismo, mais socializado e comprometido com o bem comum, é atualmente a alternativa menos ruim.
Alguns cientistas afirmam que não se pode dizer ao certo que o aquecimento global seja culpa da ação do homem; pode ser parte de um ciclo natural da Terra.
Sabe a palavra inglesa rubbish? Significa lixo, mas é usada em linguagem coloquial em referência a ideias ridículas. O argumento de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje sejam apenas naturais é simplesmente ridículo. Tanto como aquele que nega a evolução das espécies. As evidências de que tais mudanças se devem a causas humanas são irrefutáveis. Os anos mais quentes registrados em centenas de anos se concentram nos últimos cinco que passaram. O planeta já enfrentou flutuações de temperatura no passado, mas nunca nos padrões registrados hoje. Não conheço um único cientista respeitável que afirme que as atuais mudanças de clima não se devam à ação humana. É por isso que eu digo: rubbish.
Seis anos depois do lançamento de Colapso, o sr. está mais otimista ou pessimista em relação ao futuro de nossa civilização?
Diria que me mantenho mais ou menos no mesmo nível. Tenho visto coisas ruins piorarem e boas tornarem-se melhores. O que mais me preocupa é que continuamos vendo um aumento vertiginoso do consumo no mundo, seja nos EUA, na China, na Índia ou no Brasil. O que me anima é que cada vez mais pessoas reconhecem a gravidade da situação e estão tomando iniciativas. Uma metáfora que gosto de usar é a da corrida de cavalos. Há dois deles correndo agora, o cavalo da destruição e o cavalo das boas políticas. Nestes últimos seis anos, eu diria que os dois têm corrido cada vez mais rápido, disputando cabeça a cabeça. Não sei qual vencerá a corrida, mas diria que as chances do cavalo do bem vencer são de 51%, enquanto o das más políticas tem 49%. E, se nossa destruição não é certa, nem um destino inescapável, é preciso saber que se não tomarmos medidas urgentes vamos ter grandes problemas.
A indústria do entretenimento mostra, cada vez mais, imagens do fim do mundo, prédios em ruínas, cidades abandonadas. Por que somos tão fascinados por nossa destruição?
Parte disso se deve à força romântica das imagens de civilizações passadas que entraram em colapso, como as ruínas dos maias, incas e astecas. Ou os escombros das guerras no Iraque e no Irã. E pensamos: quem construiu aqueles templos e monumentos, tinha uma cultura e arte admiráveis, podia imaginar que isso aconteceria? Por que essas civilizações entraram em colapso, sem poder evitar? E nos angustiamos: será que isso também vai acontecer conosco?
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
GELECA ELEITORAL
GELECA ELEITORAL
sua sorte e delírio, ele achou uma candidata no patropi, a MEDUSA que faz e promete a continuidade do serviço, além dos aliados de sempre, mamadores do Estado, que enriquecem como nunca “nesse país”. O espetáculo daria um enredo de carnaval como jamais visto, além da imaginação de um Adoniran Barbosa. Na turma krakenta ninguém está preocupado em providenciar saneamento básico para 90 milhões de patropis sem rede coletora de esgotos, e do volume coletado nas cidades (dos demais 90 milhões de patropis) apenas 30% com algum tratamento ao estilo “casan-básico”, o cofrinho sanguessuga que alimenta empreiteiras e partidos. Enquanto os aliados do KRAKEN enchem os bolsos de dinheiro, o povo nada na merda, literalmente. A última que os ekoxatos bolaram para uma boa governança da krakenturma: “Para o povo, pão, circo e merda”. Não se incomode, é só
brincadeirinha de criança, como as que se ouve na propaganda eleitoral: babadu, babada, lelelê, lalalá, lululu, tátátá, o paraíso vai chegar, tralalá, tralalá...
PROPAGANDA ELEITORAL COMERCIAL GRATUITA NO RÁDIO
O BRASIL NÃO TEM ELITE. TEM CLASSE ALTA.
EIKE & CIA – DOLCE E GABANA com MORENA ROSA
Deu, ontem, no @VEJA: “Eike financia Dilma e Serra ‘em prol da democracia’. E por medo de retaliação”.
SENATUS MÁXIMUM. Qualquer semelhança não é mera coincidência entre o brasileiro e o romano, com a diferença que os últimos eram “nobres” e os atuais são meros “cidadãos”, iguais a eu, tu, ele, nós, vós, eles. Imagina se fossem “nobres”, o que mais fariam?
Arquivo de Dilma, em 28 de junho, respondendo no "Roda Viva" a pergunta da Folha sobre a violação do sigilo fiscal de Eduardo Jorge:
"Enquanto vocês não demonstrarem a prova, é uma acusação, do nosso ponto de vista, infundada". Anteontem, a Corregedoria da Receita atestou que foram violados os sigilos não apenas do vice-presidente do PSDB mas também de outras três pessoas ligadas ao partido.
FARINHA DO MESMO “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”
FARINHA DO TIPO GROSSO

Subi na chaminé do Gasômetro (de 124m de altura) em uma ação/protesto que ficou conhecida como a “tomada da chaminé”, em 17.08.1988, contra um mega-projeto urbanístico que Colares, arquiinimigo do movimento ecológico, queria edificar ao longo da orla do Guaíba. Graças aos sucessivos protestos que desencadeamos na cidade, foi possível eleger a primeira gestão da Frente Popular e derrotar Colares em acirradíssima e histórica disputa entre a “nova esquerda emergente” e o “arcaico trabalhismo”. Nos anos que se sucederam, foi graças a minha presença e de outros colegas simpáticos às propostas ecológicas na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, e contando com a pressão do movimento ecológico e popular, que conseguimos preservar e consolidar os Parques Marinha do Brasil e Maurício Sirotsky Sobrinho, embora estes sempre estivessem sob constante ameaça por parte da especulação imobiliária e da miopia desenvolvimentista que graça “nesse país”. Não me espanta agora ver os dois reunidos e festejando sua candidata comum, pois ambos, além da candidata, têm muito mais em comum do que nossa vã imaginação alcança, embora em anos passados faziam um criativo esforço para se diferenciar. Comungam o mesmo projeto de

desenvolvimento para o país e sua retórica é mero artifício para produzir virtual diferenciação política. Resumo da ópera; farinha do mesmo saco, sob o olhar ecológico, certamente. Tantos bi aqui, tantos bi ali, e lá vamos nós em inexorável jornada rumo ao nirvana do concreto armado. Detalhe: em 1990 não agüentei mais o “jeitinho petista de governar” e sai do partido honrando as propostas ecológicas que me elegeram vereador portoalegrense, entre as quais, as ciclovias. As bandeiras que defendia tinham mais valor para mim do que uma hipotética “carreira política”. Embora eu consegui aprovar um “Plano Cicloviário para Porto Alegre”, somente depois de passadas quatro gestões de Frente Popular (leia-se PT) iniciou-se um Plano Cicloviário, pasmem, na gestão do Prefeito Fogaça. Dezesseis anos de Frente Popular não produziram um centímetro sequer de ciclovias em Porto Alegre, já que não se pode considerar como tal uma ciclofaixa de dois quilômetros que nunca funcionou. Essa é uma experiência concreta de gestões públicas que não atribuem às propostas ecológicas valor e papel estratégico no desenvolvimento urbano. Tivesse o Plano Cicloviário sido iniciado há vinte anos atrás, agora Porto Alegre certamente conviveria com dezenas de quilômetros de ciclovias. Dirão mais uma vez, como sempre fazem ao tratar o povo como bobo:JÁ farei ciclovias, enquanto proliferam viadutos por todos os lados para satisfação do complexo “das-auto-petrox-etacana-katiarebelo-monsanto-basf-agrogen”.
FARINHA DO TIPO MÉDIO

A recente votação do Código Florestal produziu o seguinte escore: pelo sim ao relatório (13): Anselmo de Jesus (PT-RO).Homero Pereira (PR-MT), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Moacir Micheletto (PMDB-PR), Paulo Piau (PPS-MG), Valdir Colatto (PMDB-SC), Hernandes Amorim (PTB-RO), Marcos Montes (DEM-MG), Moreira Mendes (PPS-RO), Duarte Nogueira (PSDB-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Eduardo Seabra (PTB-AP). Quem votou pelo não ao relatório (5): Dr. Rosinha (PT-PR), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Sarney Filho (PV-MA), Ivan Valente (PSOL-SP). Com estardalhaço a bancada ruralista, tendo como guia supremo um “comunista”, comemorou o evento de aprovação do projeto do relator, na contramão do que o mundo hoje reivindica como necessário para debelar a crise ecológica mundial: preservar a todo custo florestas remanescentes, nascentes, córregos, arroios e rios de todos os tamanhos, biodiversidade associada, retenção de carbono, mitigação das mudanças climáticas em curso, etc, etc...

O governo federal não moveu uma palha para evitar essa tragédia anunciada, pois é do seu interesse manter, em nome da “governabilidade lulística”, sua base aliada coesa para costurar o compromisso em torno da sua candidata. Os ruralistas traçaram uma estratégia muito ardilosa e inteligente, ao tomarem o governo refém do seu projeto de sucessão no poder - eterno, diga-se de passagem. O PT, e os partidos principais da aliança que sustentou Lula durante esses oito anos, souberam, como nunca na história “desse país”, mover-se nos insondáveis meandros de uma matriz de dominação burguesa, de viés arqui-conservador, de caráter desenvolvimentista-depredador, no melhor estilo da obscuridão militar, embora agora travestida de “democrática”, a par do sarrafo que a repressão baixa indiscriminadamente nos movimentos populares. Ao dar um pirulito ao pobre e um patacão de ouro ao rico, produz virtual consenso para agradar a todos, eficiência na manutenção do poder a toda prova, embora não pudesse contar com o serviço extra da jabulani para incrementar o enredo bufo-tropical. Infelizmente, nos últimos lulanos o que assistimos “nesse país” foi vê-lo se transformar na maior plataforma exportadora de commodities do mundo, exportação vil da nossa natureza transformada em carnes, farelos, óleos, energia e tudo mais para movimentar a globomáquina de consumo. Resumo da ópera: JÁ virão medidas emergenciais que mitigarão os estragos porventura produzidos pela legislação recém patrolada. E o planeta, que não para de girar, até quando ainda resistirá ao rapino-capitalismo de resultado eleitoral ? E você, sempre tirado para cúmplice do eco-enredo (dependendo do ponto de vista) imagina que as gangues instaladas no Congresso mudarão as regras eleitorais que as beneficiam? Que farão a tão eterno-propalada reforma política para modificar o financiamento das campanhas eleitorais? Ora, ora, minha cara “eco-vítima-cúmplice”, cachorro com fome jamais larga o osso. Para mudar essa situação só com muita organização popular, indo para a rua e protestando até que “os guardiães do status quo” sejam removidos de seus castelos e das inesgotáveis tetas do Estado que os engordam.
FARINHA DO TIPO “FINO”


A PROPÔ: Vejo que tenho parceiros para propor limites na propriedade da terra. A sua falta é uma das várias razões pelas quais EBs proliferam e as cidades engrossam suas periferias com os pequenos agricultores quebrados. Enquanto isso, o agronegócio e a indústria pesada surfam com nosso dinheiro do BNDES.
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